Esta Velha serve para explicar a estrutura das rimas. As cores indicam que linhas devem rimar umas com as outras.
As Velhas da Ilha Terceira
São versos em brincadeira
De escárnio e maldizer.
Dez linhas feitas em rima
Com certa pimenta em cima
O objectivo é entreter.
Com certa pimenta em cima
O objectivo é entreter.
Fruto da ocasião
Falam de temas dos Açores
Em qualquer caso ou situação
São os Velhos os actores.
NOTA: Nesta Velha não se deve levar à letra a parte em que se refere os "temas dos Açores".
Qualquer tema e de qualquer terra será bem vindo.
Velha por Júlio Silva - Desportos e Celebridades em 3D
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Eu sei que para cantar as velhas
ResponderEliminarTem que ter as dez linhas
Mas cerro as minhas sobrancelhas
E nao olho para essas coisinhas
Tambem sei que ha diferencas
Nas vossas velhas e minhas velhinhas
Voces cantam com as vossas crencas
E eu ca canto com as minhas
O importante é transmitir
A mensagem a todo o povo
Que com esta maneira de se divertir
Nao se aprende nada de novo
E eu estou decidido
A fazer transformacao
Naquilo que dizem ser divertido
Baseado na tradicao
Novamente pesso ajuda
A quem me quizer ajudar
E espero que ninguem se iluda
Meu meu objetivo vou alcancar
Velhinha que vais andando
ResponderEliminarE as vezes cocheando
Cheia de dores e agonias
No teu caminho vais recordando
O tempo que ias dancando
Para onde havia cantorias
Agora nas tuas dores
Talvez por causa do reumatismo
És melhor que muitos cantadores
Fazendo cantigas de repentismo
E nas cantigas que tu fazes
So pensas nas dores que trazes
Porque nao te deisham dia a dia
Mas velhinha nao te arrazes
Esforca-te em fazer as pazes
Porque isto a dor alivia
Ha uma dor ainda maior
É a dor emocional
Quando alguem que é cantador
Se lembra de ti para falar mal
Nao deve ser nada bom
Quando a nossa voz perde o som
E nao podemos mais responder
Mas no teu gemido ha um tom
Que eu percebi que havia um dom
Que era preciso defender
Por isso venho em tua ajuda
Para te livrar de alguns nos
Quer sejas grande ou miuda
Deixa-me ser a tua voz
Juntos vamos conseguir
Responder aquele que gosta de rir
A custa das minhas velhinhas
Sei que gostam de se divertir
E as velhinhas dividir
Mas elas sao todas minhas
Por isso sinto-me obrigado
Em vir em socorro delas
E estar sempre a seu lado
Ate mesmo rodeada de velas
Para terminar a minha mensagem
Para as minhas velhinhas queridas
Desejo-vos boa viagem
Nao vaiam nas corridas
O AMOR DOS VELHINHOS
EliminarUm velhinho certo dia
Passou por uma freguesia
Viu uma velhinha sentada
Aproximou-se sorridente
Mas como nao tinha nenhum dento
Mantinha a boca fechada
Voltou-se para ela e disse
Bom dia minha princesa
A velhinha olhou para ele e riu-se
Pois a saudacao causou-lhe surpreza
Porque na sua idade avancada
Tinha visto tanta gente malcriada
Agora estava desiludida
Nunca lhe passou pela mente
Que naquele exato momento
Alguem lhe ia mudar a vida
O velhinho com cuidado
Da velhinha se aproximou
E de um modo delicado
Ao lado dela se sentou
A velhinha ficou mais surpresa
Mas por causa da delicadeza
Ela nao se importou
Pois estava abismada
Com aquela maneira educada
Como o velhinho a saudou
Pois ela nao estava acostumada
A ser saudada desta maneira
Por isso estava interessada
Em conhecer o velhinho a sua beira
Ela tinha o pressentimento
Que este velhinho inteligente
Nao lhe era desconhecido
Tentou ver se se recordadva
E voltas a cabeca dava
Sem saber qual o motivo
Ao lado daquele velhinho que ali estava
Ela se sentia muito bem
Como ao lado de alguem que ela amava
Embora nao soube-se quem
O velhinho na sua persistencia
Disse-lhe, princesa tem paciencia
Mas responde-me a uma pergunta
Conhe-ces aqui uma senhora
Que tenho na minha memoria
Nao sei se é viva ou defunta
So sei que ela era muito linda
Quando eu daqui partiu
E orei para que na minha vinda
Ela ainda se encontre aqui
A velhinha teve um calafrio
E dentro de si sentiu
Ao mesmo tempo um calor
Sera que estava enganada
Mas, mas senao, ao lado dela estava
O seu primeiro e unico amor
A velhinha lhe perguntou com tremor
De maneira que até suava
Diga-me la meu senhor
Como era que ela se chamava
O velhinho com hironia
Disse-lhe que ela era Maria
Filha de Fulano Tal
Ela tinha uma formosura
Um olhar sereno e uma brandura
Nao havia outra igual
E eu pediu a Deus um favor
E este favor espero ter
De voltar a ver o meu amor
Antes do dia de morrer
A velhinha com no na garganta
Subitamente se levanta
E perguntou com destemor
O senhor veio aqui a freguesia
A procura dessa Maria
Mas afinal quem é o senhor
Eu te tenho estado a observar
Louvado seja o Senhor
Sera que eu estou a falar
Com o meu querido amor
Eu sou o Manuel Beltrano
Que é filho do Secriano
Que aqui tambem viveu
Essa imformacao me pedis-te
Mas esse homem ja nao existe
Pois esse homem ja morreu
Tantos anos levei uma lida
Para muito dinheiro poder ganhar
Mas o mais importante da minha vida
É o meu amor encontrar
A velhinha mais animada
Mas muito emocionada
Nao sabia o que dizer
Olhando para ele ela riu-se
Depois ela lhe disse
Bem me queria parecer
Um velhinho tao delicado
Nao se encontra todos os dias
É diferente do velho malcriado
Que é usado nas cantorias
Quando tu me destes bom dia
Meu coracao comecou a palpitar
Sentiu tao grande alegria
E vontade de te abracar
Mas como nao te conhecia
Nao queria vergonha passar
Eu é que sou a tal Maria
A filha do Fulano Tal
O meu Deus que alegria
Acabou-se todo o meu mal
Vejam so que sorte a minha
Vejam so que feliz momento
Tantos anos vivi sosinha
Agora nos encontra-mos de repente
Agora que ja sou velhinha
Sou feliz finalmente
So sei que ela era muito linda