segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O que são as Velhas?

Esta Velha serve para explicar a estrutura das rimas. As cores indicam que linhas devem rimar umas com as outras.


As Velhas da Ilha
Terceira
São versos em brincadeira
De escárnio e maldizer.

Dez linhas feitas em rima
Com certa pimenta em cima
O objectivo é entreter.

Fruto da
ocasião
Falam de temas dos Açores
Em qualquer caso ou situação
São os Velhos os actores.

NOTA: Nesta Velha não se deve levar à letra a parte em que se refere os "temas dos Açores".
Qualquer tema e de qualquer terra será bem vindo.


Velha por Júlio Silva - Desportos e Celebridades em 3D
.

3 comentários:

  1. Eu sei que para cantar as velhas
    Tem que ter as dez linhas
    Mas cerro as minhas sobrancelhas
    E nao olho para essas coisinhas

    Tambem sei que ha diferencas
    Nas vossas velhas e minhas velhinhas
    Voces cantam com as vossas crencas
    E eu ca canto com as minhas

    O importante é transmitir
    A mensagem a todo o povo
    Que com esta maneira de se divertir
    Nao se aprende nada de novo

    E eu estou decidido
    A fazer transformacao
    Naquilo que dizem ser divertido
    Baseado na tradicao

    Novamente pesso ajuda
    A quem me quizer ajudar
    E espero que ninguem se iluda
    Meu meu objetivo vou alcancar

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  2. Velhinha que vais andando
    E as vezes cocheando
    Cheia de dores e agonias
    No teu caminho vais recordando
    O tempo que ias dancando
    Para onde havia cantorias

    Agora nas tuas dores
    Talvez por causa do reumatismo
    És melhor que muitos cantadores
    Fazendo cantigas de repentismo

    E nas cantigas que tu fazes
    So pensas nas dores que trazes
    Porque nao te deisham dia a dia
    Mas velhinha nao te arrazes
    Esforca-te em fazer as pazes
    Porque isto a dor alivia

    Ha uma dor ainda maior
    É a dor emocional
    Quando alguem que é cantador
    Se lembra de ti para falar mal

    Nao deve ser nada bom
    Quando a nossa voz perde o som
    E nao podemos mais responder
    Mas no teu gemido ha um tom
    Que eu percebi que havia um dom
    Que era preciso defender

    Por isso venho em tua ajuda
    Para te livrar de alguns nos
    Quer sejas grande ou miuda
    Deixa-me ser a tua voz

    Juntos vamos conseguir
    Responder aquele que gosta de rir
    A custa das minhas velhinhas
    Sei que gostam de se divertir
    E as velhinhas dividir
    Mas elas sao todas minhas

    Por isso sinto-me obrigado
    Em vir em socorro delas
    E estar sempre a seu lado
    Ate mesmo rodeada de velas

    Para terminar a minha mensagem
    Para as minhas velhinhas queridas
    Desejo-vos boa viagem
    Nao vaiam nas corridas

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    Respostas
    1. O AMOR DOS VELHINHOS

      Um velhinho certo dia
      Passou por uma freguesia
      Viu uma velhinha sentada
      Aproximou-se sorridente
      Mas como nao tinha nenhum dento
      Mantinha a boca fechada

      Voltou-se para ela e disse
      Bom dia minha princesa
      A velhinha olhou para ele e riu-se
      Pois a saudacao causou-lhe surpreza

      Porque na sua idade avancada
      Tinha visto tanta gente malcriada
      Agora estava desiludida
      Nunca lhe passou pela mente
      Que naquele exato momento
      Alguem lhe ia mudar a vida

      O velhinho com cuidado
      Da velhinha se aproximou
      E de um modo delicado
      Ao lado dela se sentou

      A velhinha ficou mais surpresa
      Mas por causa da delicadeza
      Ela nao se importou
      Pois estava abismada
      Com aquela maneira educada
      Como o velhinho a saudou

      Pois ela nao estava acostumada
      A ser saudada desta maneira
      Por isso estava interessada
      Em conhecer o velhinho a sua beira

      Ela tinha o pressentimento
      Que este velhinho inteligente
      Nao lhe era desconhecido
      Tentou ver se se recordadva
      E voltas a cabeca dava
      Sem saber qual o motivo

      Ao lado daquele velhinho que ali estava
      Ela se sentia muito bem
      Como ao lado de alguem que ela amava
      Embora nao soube-se quem

      O velhinho na sua persistencia
      Disse-lhe, princesa tem paciencia
      Mas responde-me a uma pergunta
      Conhe-ces aqui uma senhora
      Que tenho na minha memoria
      Nao sei se é viva ou defunta

      So sei que ela era muito linda
      Quando eu daqui partiu
      E orei para que na minha vinda
      Ela ainda se encontre aqui

      A velhinha teve um calafrio
      E dentro de si sentiu
      Ao mesmo tempo um calor
      Sera que estava enganada
      Mas, mas senao, ao lado dela estava
      O seu primeiro e unico amor

      A velhinha lhe perguntou com tremor
      De maneira que até suava
      Diga-me la meu senhor
      Como era que ela se chamava

      O velhinho com hironia
      Disse-lhe que ela era Maria
      Filha de Fulano Tal
      Ela tinha uma formosura
      Um olhar sereno e uma brandura
      Nao havia outra igual

      E eu pediu a Deus um favor
      E este favor espero ter
      De voltar a ver o meu amor
      Antes do dia de morrer

      A velhinha com no na garganta
      Subitamente se levanta
      E perguntou com destemor
      O senhor veio aqui a freguesia
      A procura dessa Maria
      Mas afinal quem é o senhor

      Eu te tenho estado a observar
      Louvado seja o Senhor
      Sera que eu estou a falar
      Com o meu querido amor

      Eu sou o Manuel Beltrano
      Que é filho do Secriano
      Que aqui tambem viveu
      Essa imformacao me pedis-te
      Mas esse homem ja nao existe
      Pois esse homem ja morreu

      Tantos anos levei uma lida
      Para muito dinheiro poder ganhar
      Mas o mais importante da minha vida
      É o meu amor encontrar

      A velhinha mais animada
      Mas muito emocionada
      Nao sabia o que dizer
      Olhando para ele ela riu-se
      Depois ela lhe disse
      Bem me queria parecer

      Um velhinho tao delicado
      Nao se encontra todos os dias
      É diferente do velho malcriado
      Que é usado nas cantorias

      Quando tu me destes bom dia
      Meu coracao comecou a palpitar
      Sentiu tao grande alegria
      E vontade de te abracar
      Mas como nao te conhecia
      Nao queria vergonha passar

      Eu é que sou a tal Maria
      A filha do Fulano Tal
      O meu Deus que alegria
      Acabou-se todo o meu mal

      Vejam so que sorte a minha
      Vejam so que feliz momento
      Tantos anos vivi sosinha
      Agora nos encontra-mos de repente
      Agora que ja sou velhinha
      Sou feliz finalmente







      So sei que ela era muito linda

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